geraldo
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Se um chimpanzé que corre pela cidade parasse para observar as pessoas se movimentando no interior da portaria de um prédio, ele entenderia o homem que aponta e ri pateticamente, passeando num zoológico.
P – (Com a platéia). Me pareceu mais um caso de corpo sem dono. Saiu no jornal! Um homem de meia idade sofria de calvície, foi perdendo o reflexo, perdendo o reflexo, até que um dia não viu uma porta de vidro e morreu. (Pausa. Outro tom). Quer dizer, não sei bem se foi exatamente nessa ordem. Acho que perdeu o reflexo depois. (...) O homem sofria de calvície, essa mais humana fragilidade: a falta de pêlos. Primeiro foi perdendo os fios do corpo e depois os da cabeça. Ele vivia exposto, desprotegido. Estava ficando nu, sem reflexo. Não viu a porta e morreu. O vidro da porta viu o homem, o homem é que não viu. O homem não se viu, não viu a porta e os dois acabaram sem reflexo nenhum. Enfim, não diz no jornal, mas a falta de pêlos é mesmo um problema.

L – Porque o humano não é um mero animal, bruto, longe disso.
Ao contrário, quando eu me comunico com humanos em liberdade,
sinto que, com sua serenidade, com sua intocabilidade,
com seu aparente isolamento,
eles me ensinam mais a respeito do que significa ser chimp
do que qualquer chimpanzé poderia.
premiere / estreia:
outubro 2007 no galpão cine horto
belo horizonte | mg | brasil

seasons / temporadas:
- janeiro 2008 no Teatro Marília (Festival Verão Arte Contemporânea, BH-MG)
- maio 2008 no Teatro Francisco Nunes (BH-MG)
Synopsis: an old building, with few inhabitants. In building 242 residents relate coldly, know little of each other. Not just because of lack of time or curiosity, but by the force of habit in the big cities. Besides the landlady, who is never seen outside her home and insists talk to people through her door, residents need to live with other problems such as defects in the elevator, lack of water, doorman's absence, and a curious detail: the inexplicable appearance of uncomfortable itching all over the body. To observers who walk out there, the façade of the building 242 stands out from the city as an inconspicuous and fragile limit in relations between the exemplars of the dominant species in the evolutionary chain. Place of passing by, the entrance is to Geraldo also the place of reflexes observation, an imagery showcase of human nature.
fotos: Bianca Aun
Direção: Leonardo Bertholini
Dramaturgia: Leonardo Bertholini e Guilherme Marinheiro
Elenco: Alexandre Vasconcelos, Cecília Bizzotto, Guilherme Marinheiro e Leonardo Bertholini.
Participação Especial: Inês Peixoto
Vídeo:Eder Santos
Trilha Sonora: Alexandre de Sena
Preparação Corporal: Leonardo Bertholini
Orientação de Preparação Corporal: Mônica Ribeiro (com assistência de André Pastore)
Fundamentação de Aikidô: Rômulo Lagares
Assistência de Ensaio: Alexandre de Sena
Concepção Cenográfica: Leonardo Bertholini
Cenário: Felício Alves (Companhia Cenográfica)
Iluminação: Felipe Cosse e Juliano Coelho
Figurino: Marney Heitmann (Confecção: Maria Vieira)
Stencil: Mário Rufino
Fotos: Bianca Aun
L – Há uma grande diferença entre o que o espelho espelha e o que as outras imagens mostram.

S – (Gritando histericamente) Mon concombre! Mon concombre! Mon concombre!
Mon concombre! Mon concombre! Mon concombre!
Mon concombre! Mon concombre! Mon concombre!
Não se pode conhecer uma pessoa pelo nome. Regina não diz nada sobre a pessoa, até que você a conheça. Rodrigo pode ser tão falso quanto Cássia, da mesma forma que Daniel serve pra chamar alguém que se parece com Geraldo. Enfim, é bom duvidar.
music by Alexandre de Sena
trilha de Alexandre de Sena, em protocooperação com o Tronco >>>
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special participation of Inês Peixoto
participação especial da atriz Inês Peixoto no espetáculo "Geraldo",em protocooperação com o Tronco >>>
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Homenagem a Cecília Bizzoto:

Cecília Bizzotto,
atriz no espetáculo "Geraldo",
espetáculo que marca o momento de criação e fundação do Grupo Tronco.
Ciça,
hoje em lembrança,
doou seu talento e sua vivacidade para essa realização,
entre outras por onde passou.
A ela o nosso carinho, lembrança e eterno agradecimento.
Seguimos,
e seguimos com você,
como parte de nossa história.
Obrigado.
If a chimpanzee that runs through the city stops to observe the persons moving into a building's façade, he would understand the man that points and laugh ridiculously, walking at a zoo.
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sinopse: um prédio antigo, de poucos habitantes. No edifício 242 os moradores se relacionam friamente, pouco sabem um do outro. Não simplesmente por falta de tempo ou de curiosidade, mas pela força do hábito das grandes cidades. Além da síndica, que nunca é vista fora de casa e insiste conversar com as pessoas através da porta, os moradores precisam conviver com outros problemas como defeitos no elevador, falta de água, ausência do porteiro, e um curioso detalhe: o inexplicável surgimento de incômodas coceiras por todo o corpo. Para os observadores que flanam, a fachada do Edifício 242 se destaca da cidade como limite imperceptível e frágil nas relações entre os exemplares da espécie dominante na cadeia evolutiva. Lugar de passagem, a portaria é para GERALDO também o lugar de observação dos reflexos, uma imagética vitrine da natureza humana.
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homage to Cecilia Bizzoto, actress of "Geraldo", in memorian >>>